Relatos de viagem: o EGITO visto por uma pedritense

Cândida Guidace Cardona.  Ao lado a Esfinge e as Pirâmides de Gizé.

 Ela é pedritense e para cá vem com frequência visitar os parentes, além de também ser conhecida, inclusive através da imprensa, pelo trabalho que vinha desempenhando, até recentemente, como assessora de Imprensa da Aapecan (Associação de Apoio a Pessoas com Câncer), na casa que a instituição mantém em Pelotas. Estamos falando de Cândida Guidace Cardona, que, pode-se dizer, recém-chegada do Egito, para onde viajou a lazer, como turista, foi convidada pelo jornal Folha da Cidade para dar um depoimento intimista sobre o que viveu naquele país de cultura milenar, localizado no Norte da África. Vamos acompanhar seu texto:

 “O Egito, com certeza, é um dos lugares que todo mundo um dia gostaria de conhecer. No entanto, eu diria que é um dos lugares que todo o mundo teria que conhecer. Além de ser um dos berços da civilização, é um dos poucos lugares no mundo onde é possível ver estruturas milenares ricas em detalhes e beleza única, muitas delas ainda na sua coloração original. Andar por esses sítios arqueológicos é questionar-se frequentemente : ‘Como, mas como foi feito isso?’

 No entanto, a beleza não se encontra apenas nos antigos templos. Os egípcios dominam muitas técnicas e as exercem com maestria, exemplos disso estão por todas as partes como na qualidade de seus tapetes feitos a mão, cheios de cores e desenhos; em suas maravilhosas essências, sim, a base para os perfumes internacionais mais conhecidos estão no Egito e sem adição alguma de álcool ou fixadores, apenas a  essência. A cultura está por todos os lados desde as grandes construções, em cada ruela e, é claro, em seu povo que está sempre de braços abertos e sorriso no rosto para seus turistas.

Visita aos templos em EDFU e ASWAN

Colosso de Memon - Lúxor

 Esteja pronto para dar vida aos livros de história, para experimentar diversas sabores, sentir vários aromas e perfumes, para receber a atenção e o carinho deste povo e, é claro, para negociar. Faça então as malas e vá para o Egito!

 Na cidade de Edfu foi possível conhecer um dos templos mais belos no que diz respeito ao carinho e amor. O templo de Edfu, dedicado a Hórus, que fez a união entre o Alto e Baixo Egito, além de ser conhecido pela lenda do olho de Hórus, o olho que tudo vê.  Nesse templo e possível ver imagens do carinho existente entre os egípcios, como a deusa Isis amamentando seu filho Hórus, abraçando o marido Osíris, pai e filho Hórus e Osíris de mãos dadas; enfim, toda uma simbologia de amor e família. Na cidade de Aswan, onde encerramos o passeio antes de retornar ao Cairo, foi possível conhecer um dos lugares de onde eram extraídos os obeliscos e algumas pedras e artefatos para a construção das pirâmides e templos, além de, um obelisco inacabado que, devido a uma rachadura foi abandonado pelos antigos, não chegando a ser concluído e levado ao seu destino. Nossa última visita foi o Templo de Philae, dedicado à deusa Isis. Esse templo atualmente está construído na ilha Agilika, suas ruínas foram retiradas da ilha de Philae que ficou submersa. O templo é protegido pela Unesco (organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) e pelo governo Egípcio. 

 Tebas, transporte e segurança

 Após três dias no Cairo e arredores, fomos para a antiga Tebas (uma das capitais egípcias), hoje Lúxor. Aqui podemos apreciar uns dos melhores sítios  arqueológicos, como o templo de Karnak ( maior templo aos deuses, passando por uma avenida de esfinges), o templo de Lúxor, o Vale dos Reis e Rainhas; fazer um passeio inesquecível em um balão, além de, conhecer o belíssimo templo da rainha faraó Hathepsut.

 Ônibus, vans, lanchas e carroças são os meios mais comuns de deslocamento para estes passeios. Devido à segurança as estradas só são liberadas para veículos maiores após as 6 ou 7 da manhã.  Em todas as entradas de templos, pirâmides, grandes shoppings e hoteis existe um forte policiamento, sendo necessário passar bolsa e alguns itens por detector de metais e, muitas vezes, até abrir para ser averiguado, todos os veículos são parados e analisados para entrar nestes lugares.

Cairo e dicas sobre passeios e alimentação

Praça e mesquita em frente ao mercado
público do Cairo Kan el Kalili

 Na cidade do Cairo,  é possível ver claramente a junção de passado e presente. Em meio às ruínas do que já foram mansões e casas de nobres há a  simplicidade de um povo milenar. Alguns pontos chamam muito a atenção ao passar pelo cairo e algumas outras cidades egípcias.  A maioria das novas construções, digo de 30, 20 anos para cá, estão dadas como terminadas apenas com o reboco, ou seja, não há acabamento como vemos aqui. Dificilmente chove na cidade, portanto, é extremamente comum as casas, ao invés de janelas, possuírem cortinas em tecido e claro,  as proteções para carro serem em tecido também, ao invés de capas plásticas. Comidas de todas as formas, pães, saladas, frituras são servidas em muitos lugares na rua, rua mesmo, tipo calçadas, sem proteção ou qualquer outro tipo de assepsia. Como muitas vezes não se sabe a procedência da água que é servida, é recomendado aos turistas que não bebam nada que for oferecido nas ruas, apenas bebidas engarrafadas, e que sejam consumidos legumes apenas quando estiverem cozidos. Acredito que neste caso varie de acordo com as pessoas e o tipo de organismo de cada um, pois, a única coisa que não me fez bem foi o suco deles e só tomei os de caixinha embalados e lacrados. Na realidade acredito que é pelo fato de estes serem extremamente doces, não pela procedência de seus produtos.Devido a alta desvalorização da moeda, e fácil se deslocar no Egito. Em um passeio de 40 minutos utilizando um aplicativo para o deslocamento tive o gasto de apenas R$ 6.00. Gastos com comida e bebida são muito baixos,  é  possível fazer uma boa refeição com R$ 15.00. Em alguns lugares 2 garrafas de água custam $1.00, cerca de R$ 4.00, sendo que, nas pirâmides pode-se encontrar produtos ainda mais em conta, além de todas as espécies de souvenires com os melhores preços da cidade.

 Conclusão

 Enfim, meus oito dias no Egito deixaram uma imensa vontade de retornar e ter mais tempo para apreciar aquele país. Hoje entendo a máxima "viajar é preciso", a satisfação de estar em um lugar só visto na TV ou em livros, compensa todo o cansaço de horas de viagem.

Dicas!!  # Fui com uma empresa de turismo, mas se retornasse o faria sozinha. 

# Os custos de uma viagem ao Egito, de estadia e alimentação são baixos, devido à desvalorização da moeda.

# O investimento maior seria nas passagens aéreas. Fui pela Ethiopian Airlines e iria novamente. 

# Procuraria um guia local, pois, são ricos em conhecimento e, o mais importante, dividem esse conhecimento conosco!”.