Rosimere com as fotos de Ana Carolina |
Quem lê o Folha e mesmo quem não o faz, certamente já ouviu falar do caso desta criança que teve sua vida modificada desde os primeiros dias de vida. Relembre o caso: no começo de agosto um incêndio destruiu a casa dos pais de Ana Carolina, que ficava na Rua 14 de Julho. Rosimere, a mãe adotiva, contou ao Folha da Cidade em outubro deste ano: "Naquela noite saímos todos correndo para ver o que estava acontecendo, lá chegando, ouvi as pessoas dizendo que havia crianças na casa, até um bebê recém-nascido, mas depois soubemos que não tinha mais ninguém na casa. Como a família não tinha onde ficar, uma pessoa ofereceu sua garagem para eles se instalarem provisoriamente. No outro dia os procurei para ajudá-los. Silvio, o pai da Ana, disse que ela e Adriana, a esposa, estavam no hospital por causa da fumaça. Então falei para ele que eu iria fazer uma campanha on line para arrecadar roupas, alimentação, dinheiro para pagar o aluguel de uma casa.
Em agosto a casa dos pais de Ana Carolina incendiou |
No outro dia fui ao hospital para ver mãe e filha. Logo que eu cheguei, Adriana me colocou Ana nos meus braços, nesse momento eu já me apaixonei por ela, precisando de amparo, de ser acolhida com 2 ou 3 dias de vida. Foi quando chegou a drª e disse que ela estava de alta hospitalar, então para onde ela iria? Então levamos ela para a garagem onde estava sua família. Só que a dona da casa que tinha emprestado a garagem iria precisar que eles desocupassem o local, aí então iniciei uma campanha no facebook para conseguir dinheiro para tentar alugar uma casa, então todo muito colaborou. Depois outra pessoa pagou mais dois meses de aluguel. Eles se instalaram, nesta casa e durante o dia eu trazia o bebê para minha casa para cuidar e levava à noite. Adriana me convidou para ser madrinha.
Em 1º de novembro, uma caminhada foi realizada |
Depois de alguns dias, a Adriana me disse que não tinha condições de cuidar do bebê, que o Conselho Tutelar estava cuidando ela, que já tinham tirado outras duas filhas dela, e que iria deixar a Ana Carolina para mim cuidar, porque confiava em mim e sabia que iria poder ver a criança sempre. Daí eu me realizei, vou cuidar do bebê para ela. Com dois meses me denunciaram para o Conselho Tutelar que eu estava ilegal. Certo dia o Conselho me visitou, eles foram muito atenciosos e educados e me informaram que assim eu não poderia ficar, então eu entrei com um pedido de guarda. Nesse meio tempo, mais uma denúncia e então tiraram ela de mim e a levaram para o Lar de Meninas. Tiraram ela do meu amor, do meu carinho que era só para ela, eu montei quarto, comprei roupas, ainda tem roupas no pacote e calçados da caixa. Não é justo tirar uma criança da mãe, ela estava com o umbigo ainda quando eu cuidei dela. era eu que estava com ela quando deu dor de barriga , dor de ouvido, foi eu que levei ela no médico, que levei para as primeiras vacinas e agora querem dizer que eu não sou a mãe!"
Uma audiência pela guarda de Ana Carolina aconteceu na segunda-feira passada (11), quando Rosimere ficou sabendo que seu pedido foi negado. Ela não teve acesso à decisão, mas soube por outras vias que a família de Ana Carolina foi destituída do poder familiar, o que não é a primeira vez que acontece. A criança deve integrar, agora, a fila de adoção, que obedece um cadastro nacional. Mesmo assim Rosimere não desistirá de lutar pelo que ela considera como um direito seu. Ela deve recorrer da decisão, e o caso não se encerra, ainda.
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