Existem alguns ângulos da igreja matriz que nem todos têm acesso, bem como algumas curiosidades que não são conhecidas ou estão esquecidas da maioria.
O Folha da Cidade, então, esteve com o padre Alex Kloppenburg, que de maneira muito solícita, como é seu costume, nos mostrou um pouco desses ângulos, os quais compartilhamos com os leitores.
Focamos nossa visita mais na parte frontal da igreja, como a torre, o relógio, o sino, a parte elevada dentro da igreja onde o coral cantava, etc. Iniciando nosso tour, padre Alex nos mostrou algo que talvez muita gente não saiba - na entrada principal da Igreja, na parede à direita, estão os restos mortais de Bernardino Ângelo, idealizador da primeira capela. Conta a história que ele estava sepultado na localidade do Banhado dos Anastácios, e numa das administrações de Quintiliano M. Vieira, foram transferidos para o local em que se encontra, dado a sua importância histórica para a cidade.
Ao lado da porta principal, existe uma escada que dá acesso ao piso superior, onde antigamente o coral cantava, época em que as missas eram rezadas em latim e com o padre de costas para os fieis. Com o advento do Concílio Vaticano II, em 1962-1965, as missas passaram a ser rezadas em português e de frente para os fiéis, bem como o canto passou a ser cantado pela comunidade e não mais assistido. Neste mesmo piso está uma sala que dá acesso às cordas que servem para tocar o sino.
Subindo mais um lance, agora por uma escada de madeira, e com acesso um pouco mais difícil, tem-se acesso a uma sala onde está o mecanismo do relógio francês da marca Henry Lepaut, todo mecânico e que funciona com um pêndulo. Uma pessoa faz, semanalmente a sua manutenção.
Daí, subindo mais uma escada, chega-se finalmente à torre onde estão os sinos, um maior e outro menor, ambos de bronze. As aberturas foram, como é possível ver da rua, fechadas por causa das pombas e corujas. Existe junto à torre um mecanismo elétrico, fora de funcionamento, que servia para tocar o sino de forma automática, ou seja, em vez de tocar puxando as cordas, era só ligar um botão. Padre Alex explicou que o sino era simbolicamente considerado a voz de Deus.
No mundo Antigo, como não haviam relógios, os sinos eram batidos de seis em seis horas: 6h da manhã - alvorada; 12h (meio dia) e as 18h - hora da Ave Maria. Como o mundo era essencialmente rural, as pessoas se guiavam muito pelo toque dos sinos. Deste modo, eles ditavam o ritmo da vida das comunidades. Hoje, normalmente se bate o sino meia hora antes da missa, e no interior, se batia uma hora antes, e na hora em que ia começar a missa propriamente dita.
Antigamente o sino era, também batido de um jeito especial (de um lado apenas) quando morria alguém da comunidade. Há, também, ocasiões festivas em que o sino é tocado, como quando é escolhido um novo Papa, por exemplo. Hoje em dia, os sinos são mais um símbolo do que uma necessidade.
Da torre pode-se ver alguns ângulos da cidade diferentes, como o telhado da igreja, da casa paroquial e mesmo da Praça General Osório.
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