Por: Yuri Cougo/Jornal Minuano Os abalos físicos e psicológicos que o câncer traz dispensam explicações. Mas a persistência e a vontade de viver contribuem para que o paciente enfrente a situação. O esporte pode ser uma grande ferramenta. É o caso do corredor Reinaldo da Rosa Brasil, 44 anos. Integrante da equipe bajeense W Runners, ele ficou em terceiro lugar, pela categoria 40/44 anos, no percurso de 3 km, da 13ª etapa do Circuito Sesc de Corridas, em Guaíba. O retrospecto é motivo de orgulho para ele, que, há um ano, luta contra dois diagnósticos: câncer no mediastino e um tumor na pleura. Devido ao esforço para chegar a estes resultados, o jornal Minuano traz um breve histórico de Reinaldo. Os primeiros passos A história de Reinaldo, no mundo das corridas, iniciou antes mesmo de ser diagnosticado com a doença. Há dois anos, por influência de amigos, entrou para a equipe W Runners. "Antes, jogava futebol apenas esporadicamente. Tinha amigos que participavam da equipe. No início, pensava na saúde. Com o tempo, fui pegando ritmo. De duas quadras, passei a correr 3 km, 4 km. Peguei gosto e comecei a competir", salienta. Logo, o clima descontraído das corridas atingiu a família. Hoje, a esposa Adriana Silva Camargo e a filha Larissa Camargo Brasil também integram a W Runners. "Nas competições, viajamos bastante, conhecemos novos lugares e fazemos amizades. A disputa é somente no momento da corrida, pois há um companheirismo muito grande", conta. O descobrimento da doença Adepto de vez ao cenário das corridas, Reinaldo somente apresentava quadros evolutivos na sua rotina. Entretanto, há um ano, surgiu o maior desafio de sua vida. "Comecei a sentir uma dor forte nas costas enquanto corria. Fui no médico, que me diagnosticou com câncer no mediastino. Não bastasse, em agosto de 2018, os médicos também encontraram um tumor na pleura, que é um revestimento externo do pulmão. Na hora, foi um choque muito grande, pois meu pai morreu de câncer e meu irmão também teve. Porém, conseguiu se curar", lembra. Devido à complexidade do diagnóstico, Reinaldo precisou submeter-se às sessões de quimioterapia, no Unacom. Consequentemente, num primeiro estágio, reduziu os treinamentos. E com o tempo, precisou afastar-se, temporariamente, das corridas. Depois, passou para o procedimento de radioterapia, na Santa Casa de Caridade de Porto Alegre. "Não tive tantas reações. Então, voltei aos treinamentos, antes dos médicos me liberarem (risos)", comenta. A recuperação e as vitórias Felizmente, no final de abril, Reinaldo fez novos exames e curou-se do câncer no mediastino. Agora, o próximo passo será a retirada do tumor, cujo procedimento deve ser feito em breve. E em meio a tudo isso, conseguiu subir ao pódio no Circuito Sesc de Corridas, maior competição de corridas no Rio Grande do Sul. "Tenho treinado, em média, três vezes por semana. Claro, sempre no meu ritmo. Procurei não me abater diante dos problemas. Trabalho num posto de combustíveis. Devido à exposição do ambiente, ainda não consegui retornar. Porém, estou avançando. Estou, também, me formando em Gestão de Recursos Humano. O esporte não só traz motivação como também ocupa tua mente. Com isso, o tratamento flui bastante", declara. Com esse foco de persistência, Reinaldo pretende resolver, de vez os problemas, e permanecer ainda mais firme no ambiente esportivo. "Quando comecei a me tratar em Porto Alegre, vi pessoas em situação bem pior que eu. Isso faz com que tu repense algumas coisas. Se alguém que passa pela mesma situação que eu e estiver lendo essa notícia, acredite sempre na cura. Tenha fé, garra, determinação e confiança no seu médico. E, se tiver condições físicas, não deixe de fazer o que gosta. Com a ajuda da família e dos amigos, a vitória é possível", finaliza.
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