Francisco Alves Dias, Chiquinho: o legado de um dos maiores gestores da história de Dom Pedrito

 

Foto: arquivo/Folha

Há 10 anos, no dia 16 de outubro de 2014, Dom Pedrito perdeu um de seus maiores gestores, Francisco Alves Dias, o Chiquinho, primeiro prefeito reeleito na história do município. Chiquinho era servidor público, em 2000 eleito vereador, onde permaneceu na Câmara de 2001 a 2004, ano em que foi eleito prefeito. Ocupou o Executivo Municipal de 2005 a 2008 e, posteriormente, de 2009 a 2012, após ser reeleito. Mesmo após deixar a prefeitura, ele nunca desistiu de lutar por Dom Pedrito. Foi em uma dessas lutas, a caminho de Porto Alegre, que Chiquinho perdeu a vida, no dia 16 de outubro de 2014, em um acidente na BR 290.

Nascido na região da Música, ele se mudou para a cidade ainda jovem, onde se formou técnico em contabilidade e se tornou professor na Escola Nossa Senhora do Patrocínio, antes de ingressar na carreira pública.

O acidente que vitimou Chiquinho foi um dos momentos mais tristes da história recente de Dom Pedrito. Naquele dia, escolas cancelaram aulas, órgãos públicos fecharam suas portas e o clima de luto se espalhou pela cidade. Seu velório, realizado na Capela Municipal - local que durante seu mandato ele havia promovido uma ampla reforma, proporcionando um ambiente mais digno para as famílias que se despediam de seus entes queridos - reuniu não apenas o público pedritense, mas também regional, em sinal de respeito ao ex-prefeito, um homem sério e sempre comprometido com coisa pública. A comoção, inclusive, não era apenas dos familiares, mas de todos aqueles que mantinham contato com Chiquinho, no âmbito da Prefeitura e do próprio PP, agremiação partidária a qual o ex-prefeito sempre defendeu. A miríade de amigos e conhecidos que parecia não acreditar no ocorrido.

Em 2024, Chiquinho completaria 71 anos. Ele veria o seu pupilo, Mário Augusto, concluir dois mandatos consecutivos e o Progressistas conquistar um terceiro mandato, algo inédito na história política de Dom Pedrito. Até hoje, Chiquinho é lembrado por impulsionar obras públicas, especialmente de pavimentação, e pelo cuidado que demonstrava com o dinheiro público. Sua transparência e franqueza no trato com os assuntos municipais foram marcantes, e ele sempre contou com o apoio de uma equipe dedicada, entre os quais se destacava sua esposa, Marli Camponogara, secretária da Fazenda e seu braço direito na administração pública.

“Na lembrança dos 10 anos do falecimento do prefeito Chiquinho, permanece nos nossos corações o reconhecimento de um político de caráter honesto, justo e sincero, e com certeza deixou este legado nos corações e nas ações de seus amigos e de muitos que com ele conviveram”, lembra Gilberto Raguzzoni, vice-prefeito nas duas gestões, ao lado de Chiquinho.

Salim Severo Dias, filho de Chiquinho, relata com carinho à pessoa que foi o ex-prefeito. “Nasceu e foi criado na campanha, ele perdeu os pais muito jovem, à mãe aos 9 anos e o pai aos 16 ou 17 anos, veio para a cidade morar com os tios e mesmo assim nunca perdeu a oportunidade de crescimento pessoal, ser alguém na vida”. A família nunca esperava que a política entrasse em sua vida. “Ele sempre agia de forma ética e correta, não fazia promessas, sempre foi muito sincero e franco”. Salim também conta do orgulho que sente quando lembra do pai, por tudo que fez e representava. “Sinto uma responsabilidade de seguir uma linha daquilo tudo que ele me passou, não como pretensão política, mas no âmbito pessoal, desde de o dia que ele partiu, lembro todos dias dele, uma pessoa simples, um grande amigo”.

Possivelmente, frisa Salim, se ainda vivo, Chiquinho estaria fazendo por Dom Pedrito, independente de possuir um cargo.  “Estaria contribuindo muito, sentimos muito orgulho e saudades”.

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