Corintho Brissac de Lucena, um artista que honra a pintura nacional


 Hoje falaremos de um cidadão pedritense que integra o rol desses ilustres artistas, que na atualidade ficou um tanto esquecido de sua gente, mas que nós do Folha relembramos, com o auxílio de Adilson Nunes de Oliveira, museólogo e diretor do Museu Paulo Firpo, que por sua vez nos cedeu os materiais necessários para que produzíssemos mais este trabalho. A maior parte das informações foram retiradas de uma publicação constante na edição de 23 de fevereiro de 1957 do Jornal Ponche Verde.

 Corintho Brissac de Lucena, pintor de renome nacional e filho que muito orgulha Dom Pedrito, realizou entre nós, uma exposição verdade notável, pelo muito que se pode ver através de seus trabalhos. 

 Para nós, leigos na nobre arte de Gabriel e Da Vinci, difícil seria criticar os trabalhos do insigne Brissac de Lucena; todavia, para que não passem sem referências alguns quadros mais destacados, encamparemos aqui a crônica que sobre o artista e seus trabalhos escreveu o cronista mestre Waldemar Coufal, do diário Popular, de Pelotas. Aliás, no início de seu trabalho, acentua Coufal que Pelotas "já teve seu soldado poeta, o saudoso coronel Januário Coelho da Costa" e, na oportunidade estava hospedado Corintho Brissac de Lucena, um artista que honra a pintura nacional Corintho Brissac de Lucena, natural de Dom Pedrito, pintor, figurinista e marinhista. Estudou na antiga Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, depois de reformado do Exército. Expôs em Dom Pedrito em fevereiro de 1957. Advogado e escritor, medalha de bronze no salão de Belas Artes do Clube Militar do Rio de Janeiro - 1946 e 1949; medalha de prata, no Salão da Sociedade Brasileira de Belas Artes - RJ, 1948 e 1958; medalha de prata no Salão de Belas Artes - RJ, 1953; é verbete no Dicionário Brasileiro de Artistas Plásticos, Instituto Nacional do Livro, MEC v2, p 510.

 Sua obra voltou a Dom Pedrito através da promoção do Museu Paulo Firpo, entidade que visa resgatar e preservar a memória histórica e cultural desta terra. um "soldado pintor", o coronel Corintho Brissac de Lucena. Para a satisfação e orgulho de Dom Pedrito, o soldado poeta e o soldado pintor são seus filhos e seus orgulhos. Eis o que diz Coufal sobre alguns trabalhos: "Aqui me permito destacar, consoante meu gosto pessoal, trabalhos que mais me impressionaram na recente visita que alí fiz: "Água dos meninos", reproduzindo uma favela de São Salvador da Bahia, a maneira de uma construção lacustre (palafito) e cujas águas retirando-se na maré originam uma praia que dá lugar à "Feira dos Meninos", um quadro complementar daquele, sobre um agrupamento de figuras deveras curioso; "Ponte de Cadeia" (São José Del Rei), em que a par do desenho magistral, há um magnífico espelhamento de águas; "Cais do Mercado", excelente trabalho de perspectiva do longo canal que se estende pela ilhas das cobras afora; "Ipê florido" (Tijuca), em cujo primeiro plano esplenda o amarelo forte da flor nacional, por um recente decreto do presidente Jucelino; "Cargueiros" (Ouro Preto), mimosa miniatura de dois muares com seus condutores subindo uma ladeira, através um bonito jogo de luz e sombra; "Leque preto", natureza morta de artística fatura nas suas transparências; "Tacho choco", outra natureza morta de natureza magistral, assim como "Mesa de Cozinha", em que há um outro fundo de tacho traçado a rigor. Paisagista e marinhista por excelência, Lucena não deixa de ser também um bom figurista, merecendo especial menção os quadros patrióticos "Silêncio em Pistóia" e "O preço da vitória", assim como o do "Monge" e o célebre "Aleijadinho", todos eles em tamanho grande. Como trabalho de expressão mais moderna temos o "Carnaval", quadro de dimensões considerá- veis em que se agrupam uma movimentação coreográfica das mais características e sensacionais. Militar do Exército, encontramos no Diário Oficial da União, à página 17 da seção 1, de 27 de agosto de 1941, a publicação de sua promoção ao posto de Capitão. 

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